O governador Mauro Mendes (UNIÃO) cobrou, durante a visita do presidente Lula (PT) à MT nesta semana, celeridade em três obras que o governo federal prometeu realizar no estado: a BR-158 e a BR-242, além da polêmica Ferrogrão. De acordo com Mendes, somente na BR-158 as obras estão em andamento, porém, a execução está ocorrendo de forma lenta.
“O governo tem dito isso [que vai executar as obras]. Mas nós precisamos que isso aconteça efetivamente. Pedimos [celeridade] na 158, na 242, na Ferrogrão, compromissos que o governo federal assumiu que faria em Mato Grosso. A 158 começou, mas ainda está em passos lentos. A 242 não começou, e a Ferrogrão também não começou”, afirmou.
Os anúncios de investimentos nas 3 frentes foram feitos pelo governo federal através do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Com relação às BRs, a execução de obras as construção dos trechos da BR-158 no contorno da terra indígena Marâiwatsédé e da BR-242 de Gaúcha do Norte a Santiago do Norte.
A BR-158 é considerada um importante corredor logístico que escoa a produção mato-grossense para o restante do país. O empreendimento terá um investimento superior a R$ 670 milhões, diz o governo federal.
As obras na BR-158 fazem parte do contorno da área reconhecida como Terra Indígena Marâiwatsédé, que pertence à etnia Xavante. Este é um dos obstáculos para o avanço das obras, problema semelhante que dificulta o avanço do projeto Ferrogrão. Mendes afirmou que esses entraves representam uma grande hipocrisia e que já deveriam ter sido resolvidos.
“Esse problema de terra indígena é uma grande hipocrisia que esse país enfrenta. Muitos governos passaram e ninguém foi capaz de resolver isso. Eu acredito que todo problema dá pra resolver. Tem que ter coragem, competência e estratégia”.
Em maio, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu por 90 dias o processo que trata da legalidade da construção da Ferrogrão, que ligará Sinop, no norte de Mato Grosso, a Itaituba, no Pará.
Na última semana, indígenas que participam do grupo de trabalho que discute o projeto da Ferrogrão romperam conversas com o governo, alegando que o grupo não estava escutando todas as partes.
“O que deveria ser um espaço de diálogo transversal e interministerial terminou esvaziado, sem que a Casa Civil enviasse sequer um representante a uma única reunião. O que deveria ser um espaço com participação da sociedade, dependeu da mobilização logística das próprias organizações e movimentos para assegurar suas presenças. E o que deveria ser um espaço de debates profundos terminou sendo um ambiente secundarizado e sem ressonância nos processos de tomada de decisão”, disse.
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