O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exaltou a exportação de algodão mato-grossense para o Egito, país conhecido pela produção em excelência de tecidos a base de algodão, como metáfora para defender que o Brasil supere o “complexo de vira-lata”. A declaração foi feita durante evento de inauguração das obras de modernização do aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, na tarde desta quarta-feira (31).
Lula lembrou em seu discurso que durante sua primeira passagem pela presidência, entre 2003 e 2010, que a imprensa “pegava no pé” da administração federal quando noticiava que o governo estaria comprando, via licitação, guardanapos de algodão egípcio. “Eu nunca nem tinha visto”, disse. Antes de dizer que está orgulhoso agora ao saber que o Egito é que está comprando algodão do Brasil, plantado em Mato Grosso.
“A gente tem que acabar com a cabeça do complexo de vira-lata”, disse o presidente. Parte do discurso do petista foi voltado à defesa do crescimento econômico, tendo os mais pobres inseridos no orçamento. O presidente defendeu uma política de valorização salarial com reposições acima da recomposição da inflação.
“O mínimo é o mínimo. Ao invés de dar a perda inflacionaria, a gente está dando aumento com base na soma do crescimento do PIB dos últimos anos. Se o povo brasileiro produziu, é justo que ele tenha uma participação nesses 3%. Tem que ser repartido”, defendeu.
Em meio a recentes críticas por um medo do mercado de que o governo perca o controle fiscal, Lula ainda defendeu que trabalha por um país com estabilidade jurídica, econômica, política e fiscal.
“O que nós fizemos era impensável a gente imaginar que em um anos e 8 meses teríamos aprovado uma reforma tributárias”, declarou. “Uma sociedade pobre não interessa a ninguém. O que a gente tem que ter uma sociedade com poder de compra. As coisas só dão certo quando o dinheiro circula”.
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